As desmídias, comumente chamadas as microalgas pertencentes à Classe Zygnematophyceae, ocorrem principalmente em águas doces, apresentam uma beleza incrível e são bioindicadoras da qualidade ambiental da água.
São algas verdes microscópicas, cocoides ou filamentosas, os estágios flagelados e centríolos são totalmente ausentes. A reprodução é sexuada por conjugação, com meiose na germinação do zigoto. As células são uninucleadas, com um a vários cloroplastídeos de formas variadas, os pirenóides estão presentes. O centro da célula pode ser ocupado por um grande vacúolo, e em caso de células alongadas, pode ocorrer um vacúolo em cada ápice da célula.
A Classe Zygnematophyceae é altamente especiosa, variando de 4.000 a 6.000 espécies, variedades e formas taxonômicas distribuídas em aproximadamente 60 gêneros.
Os gêneros comuns de desmídias apresentam grande variação na morfologia da célula. As espécies de Closterium, por exemplo, são frequentemente alongadas e em forma de meia-lua, as espécies de Cosmarium apresentam semi-células achatadas profundamente constritas, e as espécies de Staurastrum apresentam a típica simetria bilateral das desmídias em vista lateral, porém em vista vertical, as células tem simetria radial (de 2 a 11-radiada), com ornamentações, projeções e espinhos.
Quanto à bioindicação, podemos destacar os gêneros Closterium e Cosmarium como organismos tolerantes e bioindicadores de ambientes eutróficos, sendo o primeiro registrado em rio altamente impactado por drenagem ácida de mineração. Como bioindicadores de boa qualidade ambiental podemos destacar os gêneros Euastrum e Xanthidium, sensíveis à poluição e de ocorrência comum em ambientes oligotróficos.
A maioria dos estudos sobre as desmídias no Brasil trata de aspectos taxonômicos e ecológicos. Compreender a estrutura das comunidades fitoplanctônicas, visando identificar espécies com potencial de bioindicação ambiental, pode fornecer informações importantes para a avaliação de impactos ambientais de atividades poluidoras sobre os ecossistemas aquáticos, como parte dos processos de licenciamento ambiental.
Desmids, commonly called microalgae belonging to the Class Zygnematophyceae, occur mainly in freshwater, present incredible beauty, and are bioindicators of the environmental water quality.
They are microscopic green algae, coccoid or filamentous, the flagellate stages and centrioles are absent. Reproduction is sexual by conjugation, with meiosis in the germination of the zygote. Cells are uninucleated, with one to several chloroplasts of varying shapes, and pyrenoids are present. The center of the cell may be occupied by a large vacuole, and in the case of elongated cells, a vacuole may occur at each apex of the cell.
The Class Zygnematophyceae is highly specious, ranging from 4,000 to 6,000 species, varieties, and taxonomic forms distributed in approximately 60 genera.
Common desmid genera show great variation in cell morphology. Closterium species, for example, are often elongated and crescent-shaped, Cosmarium species have flattened, deeply constricted semi-cells, and Staurastrum species have the typical bilateral symmetry of desmids in lateral view, but in vertical view, the cells have radial symmetry (from 2 to 11-radiate), with ornamentation, projections, and spines.
As for bioindication, we can highlight the genera Closterium and Cosmarium as tolerant organisms and bioindicators of eutrophic environments, the first being recorded in a river highly impacted by acid mining drainage. As bioindicators of good environmental quality, we can highlight the genera Euastrum and Xanthidium, both sensitive to pollution and common in oligotrophic environments.
Most studies on desmids in Brazil deal with taxonomic and ecological aspects. Understanding the structure of phytoplankton communities, aiming to identify species with potential for environmental bioindication, can provide important information for the assessment of environmental impacts of polluting activities on aquatic ecosystems, as part of the environmental licensing processes.
Imagem:
Desmídia da espécie Cosmarium denticulatum. Original de Vanessa Gazulha.
Bibliografia:
BICUDO, C. E. M.; SCHETTY, S. P.; PINTO, L. S. C. Flora Ficológica, Zygnemaphyceae. RIMA Editora, São Carlos, 2015.
GAZULHA, Vanessa. O plâncton como bioindicador ambiental: guia prático ilustrado. RIMA Editora, São Carlos, 2022.
SUTHERS, Iain; RISSIK, David; RICHARDSON, Anthony (Ed.). Plankton: A guide to their ecology and monitoring for water quality. CSIRO publishing, 2019.