Com o aumento da demanda de licenciamentos ambientais de empreendimentos que tenham como área de influência os ecossistemas aquáticos (p. ex. centrais hidrelétricas e terminais portuários) os levantamentos de zooplâncton tornaram-se mais freqüentes.
O monitoramento do zooplâncton permite detectar rapidamente impactos ambientais, através da avaliação de sua densidade e diversidade. Os cladóceros e copépodos são especiais nestas avaliações, visto que são mais sensíveis a impactos negativos em relação aos demais grupos do zooplâncton, como por exemplo, os rotíferos e protozoários, os quais são mais oportunistas e resistentes.
A obra surgiu da dificuldade em identificar estes organismos e de obter informações suficientes nas bibliografias disponíveis. Grande parte da bibliografia é dispersa e em outras línguas, algumas apenas de Cladocera, outras apenas de Copepoda, ou de família ou gênero específicos, sendo necessária grande diversidade de bibliografias para a identificação, muito poucas contendo imagens. Desta forma, ao longo do tempo, as informações disponíveis em cada publicação foram compiladas e as imagens dos organismos e das principais estruturas que definem as espécies, geralmente de difícil visualização, pois exigem a dissecação do espécime, foram registradas.
O objetivo deste manual é divulgar o conhecimento sobre o zooplâncton com a descrição das espécies de forma clara e simplificada, enriquecida com imagens de todas as espécies constantes na obra e das principais estruturas que as definem. Desta forma, visa auxiliar da melhor forma a identificação destes organismos, e aproximar um público cada vez maior ao tema, como pesquisadores, estudantes de ensino fundamental e médio, de graduação e pós-graduação, professores e profissionais da área, como por exemplo, consultores ambientais, pois devido à dificuldade de identificação e minúcia na análise e triagem das amostras, poucos seguem no estudo do zooplâncton.
O manual ilustrado de zooplâncton límnico, que apresenta os grupos Cladocera e Copepoda, foi elaborado com material proveniente de ecossistemas de água doce do Rio Grande do Sul, especialmente banhados e lagoas da Estação Ecológica do Taim. As espécies registradas apresentam ampla distribuição, sendo de ocorrência cosmopolita, pantropical ou neotropical, desta forma o manual pode ser utilizado por estudantes e pesquisadores do Brasil e da América do Sul.
As informações sobre Cladocera e Copepoda do Rio Grande do Sul de forma alguma se esgotam neste manual, visto que o presente levantamento não inclui todas as espécies ocorrentes no estado. Desta forma, representa uma investida para contribuir com o conhecimento de uma região tão pouco estudada em relação à sua dimensão. Espero que assim, os interessados em zooplâncton sejam cada vez mais, visto que a demanda por profissionais qualificados nesta área é cada vez maior. Que este manual sirva para estimular a todos neste mundo fascinante das criaturinhas das nossas águas!
Principais Fontes:
Gazulha, 2012. Zooplâncton Límnico Manual Ilustrado. 1a ed. Rio de Janeiro, Technical Books.